segunda-feira, 8 de abril de 2024

Dez observações sobre Bahia 1x1 Vitória

Everton Ribeiro comemora gol no Ba-Vi
Foto: Tiago Caldas | ECB


Por: Kléber Leal* | Especial para o Blog P. da Notícia

1 - Título entregue! Rogério Ceni foi o grande responsável pela perda desse Baianão para o time de Canabrava, pelos erros terríveis cometidos no primeiro jogo da final, quando, ganhando por 2 a 0 no segundo tempo, fez alterações esdrúxulas, chamou o adversário pra cima e tomou a virada, entregando literalmente o jogo. Nessa segunda partida, o time entrou pressionado, mas fazia um bom jogo até que Resende foi expulso, ainda no primeiro tempo, num lance altamente interpretativo em que o VAR chamou o juiz, que nem falta havia assinalado. Daí em diante o Bahia foi guerreiro, se arriscou, poderia ter até perdido o jogo nos contragolpes do adversário, mas no final o jogo terminou em 1 a 1, com o título deles após 7 anos.

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2 - Infelizmente o VAR não teve, no jogo anterior, a mesma eficiência que teve nessa partida, pois no primeiro jogo Rodrigo Andrade deu um tapa na cara de Everton Ribeiro (lance de expulsão) e nada aconteceu. O VAR nem chamou. Mas, sinceramente, com a péssima qualidade das nossas arbitragem e VAR, não se pode esperar eficiência desse povo. Até atitudes estranhas, como comemorar no final do jogo, o juizão teve. O certo era o Bahia fazer valer sua melhor qualidade individual, se impor e bater o adversário, coisa que lamentavelmente não aconteceu. 

3 - É inegável que individualmente temos um elenco superior ao deles, mas coletivamente eles foram melhores, temos que reconhecer. Faltou também “malandragem” ao nosso time quando na primeira partida estávamos com a vantagem. O que o time de Canabrava macetou neste segundo jogo não está no gibi. Em quase todas as faltas que sofriam eles se jogavam no chão, fazendo cera, valorizando cada jogada, prendiam a bola em locais mais tranquilos do campo, enfim, atuaram para levar o título, utilizando de forma inteligente as vantagens que tinha, inclusive quando ficaram com um jogador a mais.

4 - As críticas de Rogério, no jogo anterior, ao preparo físico do elenco, à suposta falta de alternativas para mudanças e o não reconhecimento das falhas por ele cometidas também foram outros fatores extremamente negativos, que mexeram com o psicológico  de todos. Fisicamente, o time até deu a resposta neste segundo jogo, correndo e se esforçando os 90 minutos. Por isso, repito, nós só não fomos campeões por causa das besteiras feitas pelo nosso treinador no primeiro jogo.

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5 - A diferença de qualidade e eficiência entre o treinador do time sediado no ex-aterro sanitário da cidade e Rogério Ceni ficou nítida com as alterações que Pondé fez durante o jogo final, colocando atacantes, sem recuar o time dele, enquanto Rogério, num determinado momento, iria colocar Yago Felipe, com o time precisando ganhar, só não fazendo essa mudança porque a torcida começou a protestar, e ele colocou Ademir.

6 - Quem não lembra do Bavi pelo Nordestão na Fonte, quando ficamos com um a mais e nem parecia? Neste jogo final foi o contrário, os caras com um a mais se fecharam um pouco mas armaram vários contra-ataques que só não foram gols devido à falta de pontaria dos seus jogadores e da grande atuação de Marcos Felipe.

7 - Bahia começou pressionando, com Biel e Everton Ribeiro se movimentando bastante, sendo boas opções ofensivas. O rival saiu um pouco da pressão e teve uma série de escanteios, fazendo um a zero na sequência de um deles, quando Wagner Leonardo aproveitou uma sobra de um chute de Alerrandro e completou.  O Bahia não se entregou, a torcida empurrou o time e chegamos ao empate num contra-ataque em que Jean Lucas se projetou, lançou Biel, que cruzou para Everton Ribeiro dominar e chutar no ângulo. Quase chegamos ao segundo na sequência, mas o goleiro defendeu um chute de Cauly completando sobra na pequena área.

O jogo ficou lá e cá e eles encaixaram uma bola em profundidade para Osvaldo, que sofreu falta de Resende. A arbitragem nada deu, mas o VAR chamou, o juiz voltou atrás, marcou a falta e ainda expulsou Resende. Com um a menos, Rogério tirou Biel, que vinha fazendo um grande jogo, e colocou Juba. A partida continuou equilibrada, eles tiveram chance clara com Rodrigo Andrade, que Marcos Felipe defendeu, e nós tivemos chance com Cauly, num chute de fora da área que passou por cima.

No segundo tempo, o time de Canabrava adotou uma postura reativa, o Bahia tentou partir pra cima e proporcionou vários contra-ataques do adversário, que criou e perdeu várias chances. Nosso time foi guerreiro e tentou até o último instante, mas, por todo o conjunto da obra, o rubro-negro de Canabrava acabou merecidamente ficando o título.

8 - Incrível como a lei do “quem não faz toma” não funciona a nosso favor. O time dos caras desperdiçou chances claras e nós não soubemos tirar proveito dessas falhas deles. Quando é o contrário, geralmente o castigo vem, como aconteceu recentemente no jogo contra o Juventude, quando perdemos chances e tomamos o gol de empate no final, e que quase nos tira da Copa do Brasil.

9 - A autuação da nossa dupla de zaga até que pode ser considerada boa, da mesma forma Jean Lucas e o próprio Éverton Ribeiro (até quando aguentou), também estiveram bem. Biel, enquanto esteve em campo, teve boa atuação. Juba foi bem. Por outro lado, Ademir não entrou bem no jogo e Estupiñan nem pegou na bola. Thaciano foi outro que não rendeu, e Cauly ficou devendo. Resende na lateral não dá, pois não tem velocidade, chega atrasado e muitas vezes comete faltas ou se envolve em lance como esse em que acabou sendo expulso. O trabalho de Rogério, nos confrontos mais difíceis, tem deixado a desejar, o time precisa melhorar muito para que o rendimento positivo apareça quando a dificuldade for maior. 

10 - Claro que perder título para o rival sempre deixa sequelas, mas o mundo do futebol é dinâmico e, já na quarta-feira, temos um jogo eliminatório e decisivo contra o Náutico pelo Nordestão e esse campeonato, diante do que aconteceu no Estadual, virou uma espécie de obrigação para o Bahia vencer. Tudo, porém, é decidido dentro de campo, torcendo para que interpretações subjetivas do VAR, erros de treinador e postura inadequadas de atletas não voltem a acontecer, nem sejam fatores que nos prejudiquem. Vamos partir pra cima para ganhar o Nordestão.

*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia

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