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Fotos: Tiago Caldas | ECB |
1 - Tragédia! Mesmo abrindo uma vantagem de 2x0 no placar, já no segundo tempo, o Bahia, incrivelmente, levou a virada (mais uma) do time de Canabrava, na primeira partida da final do Baianão, e terá que vencer por 2 gols de diferença, na volta, na Fonte Nova. Caso seja triunfo por um gol, o campeonato será decidido nos pênaltis. O Esquadrão tinha o jogo controlado, mas, após abrir a vantagem, abriu também mão de jogar, de atacar e começou a se perder em campo, cometendo erros bobos, demonstrando falta de vontade e de preparo físico, entregando o jogo, uma verdadeira tragédia para a Nação Tricolor.
3 - A cada substituição do adversário, o time deles melhorava e a cada nossa piorávamos, até porque os caras se lançaram à frente e nós abrimos mão de atacar, ficando praticamente um jogo de defesa contra ataque.
4 - A realidade é que, nos Ba-vis que perdemos, e até no que ganhamos, o trabalho do treinador adversário foi muito mais eficiente, não só pelos resultados obtidos (na derrota eles quase empatavam mesmo com um a menos) como pela forma em que o time deles jogou, principalmente nesta partida da final, quando tinham dois gols de desvantagem e viraram o jogo. Temos que reconhecer: a competência do treinador adversário vem sendo muito maior que a do nosso, prova disso é que, individualmente, nosso time é superior, mas coletivamente, de um modo geral, essa superioridade tem sido do nosso rival.
5 - Primeiro tempo foi um autêntico “jogo de xadrez", com as duas equipes se estudando, bem postadas, com forte marcação de lado a lado. O Bahia optou por não propor o jogo e o time de Canabrava, que rende mais quando sai na transição, ficou sem essa opção tática, já que o Esquadrão não dava espaço pra isso.
6 - A única chance real do nosso adversário nessa etapa surgiu de um toque defeituoso de Marcos Felipe, com o pé, dando um presente a Alerrandro, que chutou pra fora com o gol vazio. O Bahia teve um cruzamento de Juba que foi direto ao gol, com o goleiro mandando a escanteio, e um chute fraco de Jean Lucas, que o arqueiro deles também fez a defesa. Na reta final dessa etapa, o Bahia conseguiu se soltar mais e teve uma chance com Cauly, que foi travado na área, e outra com Thaciano aproveitando um rebote e dando de cabeça, mas o zagueiro deles tirou em cima da linha.
7 - Na segunda etapa, abrimos 2x0 em 17 minutos. No primeiro, grande lançamento de Juba para Cauly e este serviu a Thaciano para empurrar para as redes. No segundo, Juba serviu de novo Cauly, que escorou para o gol. Jogo controlado? Que nada. Daí em diante, o nervosismo tomou conta do nosso time, as substituições do adversário o tornaram mais ofensivo e as nossas (David Duarte, Caio Roque, Yago e até Ademir) fizeram nosso time ficar vulnerável e sem poder ofensivo. Os caras passaram a pressionar principalmente pela esquerda da nossa defesa, com uma postura de superação, ganhando todas as divididas, as segundas bolas, demonstrando muito mais vontade e preparo físico e o Bahia ficou atônito em campo. Levamos 3 gols e uma virada histórica.
8 - A grande partida de Juba, com participação direta nos nossos gols, o credencia para que ele continue no time titular no lugar de Everaldo. Espero que Ceni não coloque o centroavante no próximo jogo caso ele se recupere. Cauly também jogou muito. Everton Ribeiro ficou devendo e nosso lado esquerdo, quando Rogério mudou o time, deu um mole atrás do outro (David Duarte muito mal e o próprio Caio Roque (?) também. Pelo meio, a bola queimou os pés de Yago, que errou tudo). Árias foi muito mal no segundo tempo. Rogério abriu mão de atacar quando tinha a vantagem, recuou demais o time, as substituições dele não deram certo e, dessa forma, foi um dos grandes culpados da nossa derrota, bem como a postura derrotista dos nossos atletas após fazer 2 a 0.
9 - A arbitragem pecou na parte disciplinar, principalmente naquele lance em que Rodrigo Andrade, já com amarelo (e que poderia ser vermelho direto, pois meteu a mão na cara de Caio Alexandre), deu outra trombada em Caio. Dudu bateu o jogo inteiro. O juizão também deu um acréscimo extremamente exagerado, mas tudo isso ficaria insignificante se o Bahia (treinador e jogadores) não tivesse errado tanto. A culpa da nossa derrota é do nosso time mesmo…
10 - Este jogo lembrou demais a partida contra o rebaixado América -MG pela penúltima rodada do Brasileirão 2023, quando inexplicavelmente perdemos e, na última rodada, tivemos que vencer o líder do turno, Atlético-MG, coisa que ninguém acreditava, e ainda torcer para uma combinação de resultados para que permanecêssemos na primeira divisão. E tudo no final acabou dando certo. Para o jogo do próximo domingo temos toda a condição de reverter, mesmo com a desvantagem de tirar o placar e superar esse grande abalo emocional. A coisa está muito complicada, mas do Bahia não podemos duvidar de nada. A Nação Tricolor terá papel fundamental nesse jogo final, pois a força da torcida, inúmeras vezes, já fez o time superar obstáculos que pareciam impossíveis. Portanto, vamos com força total lotar a Fonte e empurrar o time para conquistar mais um título, torcendo muito para que Rogério não cometa tantos erros.
*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia
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