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Foto: Divulgação |
Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, cerca de 30% dos adultos sofrem com essa doença, o que corresponde a aproximadamente 38 milhões de pessoas. Tristemente, a hipertensão arterial causa a morte de 300 mil brasileiros todos os anos, o que significa 820 mortes por dia, 30 por hora ou uma a cada 2 minutos, conforme dados do Ministério da Saúde.
Essa condição é caracterizada pelo aumento sustentado dos níveis de pressão arterial, sendo considerada quando os valores estão acima de 140×90 mmHg (milímetro de mercúrio). O primeiro número refere-se à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração, enquanto o segundo representa a pressão durante o movimento de diástole, quando o coração relaxa.
90% dos casos são hereditários
A hipertensão pode ser classificada como primária, quando surge sem uma causa clara, ou secundária, quando está associada a outros problemas de saúde. O médico Nivaldo Filgueiras, Coordenador de Cardiologia do Hospital Mater Dei Salvador e do Hospital Mater Dei Emec, em Feira de Santana, explica que a forma primária é a mais comum nos consultórios e geralmente afeta pessoas mais velhas ou de meia idade. Já a forma secundária pode ser decorrente de doenças renais, da tireoide ou das suprarrenais. Identificar a origem do problema é fundamental para estabelecer um tratamento adequado.
De acordo com o Ministério da Saúde, 90% dos casos de hipertensão arterial têm uma predisposição genética. Em uma minoria de casos, ela pode ser causada por medicamentos ou doenças relacionadas, como distúrbios da tireoide ou das glândulas endocrinológicas, como a suprarrenal. Além disso, há fatores de risco adicionais, como tabagismo, consumo excessivo de álcool, estresse, alto consumo de sal, níveis elevados de colesterol e falta de atividade física, que podem favorecer o desenvolvimento da doença.
"Pessoas que têm familiares hipertensos têm uma tendência ainda maior de desenvolver a doença. Portanto, é recomendável que aqueles que estão nesse grupo de risco verifiquem a pressão arterial pelo menos três vezes ao ano, enquanto os demais devem fazer a medição pelo menos uma vez durante o check-up anual", orienta o especialista.
Tratamento e cuidados
Além de adotar medidas preventivas, como prática regular de atividades físicas, alimentação balanceada e controle do estresse, é fundamental realizar o acompanhamento regular com um especialista para avaliar a pressão arterial.
"Os cuidados começam com o acompanhamento de rotina para a avaliação do nível da pressão arterial e identificação dos valores. Se em pelo menos duas consultas consecutivas os valores estiverem acima do normal ou se for identificada alguma lesão nos órgãos-alvo, ou ainda se o indivíduo realizar o exame de monitorização ambulatorial da pressão arterial (M.A.P.A.) e os níveis se mostrarem elevados, o diagnóstico de HAS é confirmado", destaca Nivaldo Filgueiras.
Embora a hipertensão não tenha cura na maioria dos casos, ela pode ser controlada e permitir que o paciente tenha uma vida saudável. O tratamento não se limita ao uso de medicamentos, sendo essencial contar com a orientação de um especialista e adotar um estilo de vida mais saudável. Isso inclui reeducação alimentar, redução do consumo de álcool e tabaco, e, principalmente, controle do consumo de sal, um fator de risco para hipertensos com pressão controlada.
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