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| Foto: Felipe Oliveira | ECB |
1 - "São Marcos" Salva! Uma grande atuação do goleiro Marcos Felipe evitou que o Bahia fosse goleado pelo São Paulo, e o empate saiu num grande lucro para o Esquadrão. Com inúmeras defesas, algumas dificílimas, nosso arqueiro evitou mais uma derrota do tricolor, que novamente não jogou bem, mostrando vulnerabilidade defensiva e pouco apetite ofensivo.
2 - A entrevista do nosso treinador após o jogo é algo surreal, com ele enaltecendo a atuação da equipe, dizendo que ela foi competitiva e “soube sofrer”. Praticamente, sem aceitar as críticas, Paiva alegou calendário extenso que não permite tempo maior de treinamento e tentou enfatizar eventuais “coisas positivas” que o time produziu este ano, inclusive o casual triunfo contra o Palmeiras e um ou outro acerto na saída de bola do time.
Na realidade, Senhor Paiva, o Bahia sofreu um massacre contra o São Paulo, mas felizmente Marcos Felipe, repita-se, estava numa manhã-tarde extraordinária e pegou tudo. O calendário do futebol brasileiro é assim mesmo e é ruim para todos os clubes. Você é pago para encontrar soluções, fazer o time jogar bem e ganhar.
Se você ficar alegando essas dificuldades comuns a todos os clubes do futebol brasileiro, é melhor pedir o boné e ir embora. É aquela história: “Se não sabe brincar, não desça para o Play”.
3 - A pressão do São Paulo foi grande desde o início do jogo e as chances de gol foram criadas a todo momento, pois o Bahia estava perdido em campo, com um sistema defensivo frouxo e que foi facilmente envolvido.
4 - A primeira chance do time paulista foi aos 10 segundos, numa cabeçada em que o atacante deles estava livre, sem marcação, mas felizmente golpeou mal e Marcos Felipe pegou; depois teve um cruzamento rasteiro na área e um chute à queima-roupa, que nosso goleiro pegou no reflexo; na sequência Nestor entrou na área, após receber nas costas de Mateus Bahia, deu um corte e chutou: Gilberto salvou quase em cima da linha.
5 - O Bahia estava mal em todo o sistema defensivo (desde o meio-campo) e o São Paulo atacou de todo jeito: pelos lados, pelo meio, foi uma festa tricolor paulista e nós demos muita sorte de não tomar gols.
Alisson recebeu quase de cara com Marcos Felipe, que fez outra defesa; em lance parecido, David entrou livre e chutou para outra defesa do nosso paredão; num cruzamento para a área, a bola foi cortada para a frente e veio um chutaço de longe para outra defesaça; o Esquadrão timidamente teve uma cabeçada e um chute de Ademir com certo perigo mas pra fora, além de um chute de Mateus Bahia.
6 - Aquela maluquice de saída de bola “inventada” por Paiva, que deu errado até no Baianão, quase nos fez tomar um gol, num passe errado do nosso goleiro que David felizmente chutou pra fora; após esse lance, teve outra bola nas costas do nosso lateral Gilberto e um chute de Nestor que Marcos Felipe salvou novamente.
7 - No segundo tempo de jogo, nada mudou e, logo aos 7 minutos, Nestor recebeu de cara, chutou e Marcos Felipe salvou com o pé; depois Beraldo foi entrando livre de marcação e chutou forte para outra intervenção do nosso goleiro; em mais uma chance, David trocou passe calmamente com Rato e este fez que ia cruzar e chutou, mas Marcos Felipe acabou salvando de novo; logo depois Caio Paulista, por trás de Gilberto, recebeu e bateu forte para mais um milagre de Marcos Felipe.
Nessa etapa tivemos um gol de impedimento de Jacaré e na sequência houve uma cabeçada de Beraldo que nosso goleiro defendeu mais uma e fechou com chave de ouro a grande atuação.
8 - Lembrando grandes atuações de ex-goleiros tricolores como Joel Mendes, Sidmar, Ronaldo, Rodolfo Rodriguez, Jean (pai) e Emerson Ferreti, a performance de Marcos Felipe nesta partida foi fenomenal. Ele foi bombardeado pelo São Paulo, mas segurou o reggae e, sem dúvida alguma, transformou-se no melhor jogador do jogo, apesar de ter cometido uma falha na saída de bola com os pés que quase ocasionava em gol do time paulista. Tudo indica que o bom goleiro Adriel, que foi contratado recentemente, vai ter que ralar muito para tomar a posição de “São Marcos”.
Gilberto e nossa zaga e até mesmo Mateus Bahia se seguraram como puderam, mas a desorganização deles em campo, bem como do nosso sistema de marcação do meio, ofuscaram qualquer desempenho individual pois o São Paulo entrava como queria na nossa defesa.
Mas vale frisar que Gilberto salvou dois gols claros. O nosso meio criou pouco e marcou mal e, na frente, a destacar apenas o esforço de Ademir e de Jacaré, que de certa forma retornou bem, chegando até a marcar um gol, corretamente anulado.
9 - O Bahia fez algumas contratações que podem até qualificar mais o elenco, porém, se o treinador não consegue minimamente dar a organização, compactação, padrão de jogo etc., será difícil o quadro atual ser revertido. Como disse meu grande amigo e jornalista Jaime Paulo, “faltam muitos jogos ainda, mas não estou otimista”. Nosso elenco não é tão ruim para produzir tão pouco.
Falando de uma forma metafórica, imagine que você tem bons ou razoáveis ingredientes mas o cozinheiro é ruim. Traduzindo: a comida não vai sair boa…
10 - Ao longo deste ano, apesar de alguns raríssimos lampejos de “bom futebol”, o Bahia vem tendo no geral um desempenho sofrível. Insisto que nosso elenco, embora com deficiências, não é para render só isso, até porque, como todos já puderam constatar, o Bahia não conseguiu jogar bem em nenhuma competição, mesmo as mais fracas como Baianão e Nordestão.
O time apresenta diversas falhas táticas, não tem jogada ensaiada, parece que não treina, ficando claro que nosso problema maior reside-se na incompetência do técnico, que sempre procura justificativas que não convencem para explicar o fiasco pelo qual a equipe vem passando em 2023. Fora, Paiva!
*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia
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