Análise: dez observações sobre Bahia 2x1 Atlético-MG

Por: Kléber Leal* | Especial para o Blog P. da Notícia

1 - “PARA O ALTO E AVANTE” — No dia em que estreou o uniforme comemorativo do filme Superman, personagem ícone de história em quadrinhos e mascote do clube, o Bahia venceu o Atlético Mineiro por 2x1, após abrir o escore, tomar o empate aos 45 do segundo tempo e desempatar aos 52, final dos acréscimos, fazendo valer a “mística de Raudinei”. Com o resultado, o Bahia parece querer falar a frase marcante do personagem: “Para o alto e avante…”, pois foi para o 3º lugar na tabela de classificação e, pelo que vem produzindo, a tendência é avançar cada vez mais.

2 - Esse triunfo nos mantém invicto na Fonte Nova neste Brasileirão, quebra a invencibilidade de 8 jogos do Galo e, pelo uniforme utilizado, gera um marketing de repercussão mundial, afinal a referência a Superman voltou a estar na moda devido a mais esse filme com o personagem. O bacana também é que os mascotes do clube, além de usar a camisa, entraram em campo com uma capa, ficando todo o cenário muito bonito.

3 - Dentro desse contexto à la Clube Marvel, houve um combate entre o Hulk e o Superman, sendo que o nosso mascote detonou o “homem de verde”, que até fez gracinha com a torcida quando marcou o gol de empate (olímpico), mas depois quebrou a cara com o gol que sofreu no “apagar das luzes”.

4 - Quando se fala que precisamos de goleiro urgentemente, muita gente acha exagero. Mas a bola do gol olímpico que tomamos, apesar do mérito de Hulk, com certeza seria defendida caso Marcos Felipe tivesse se posicionado de forma correta (ele estava muito adiantado). Lamentavelmente não temos goleiro algum que nos passe segurança. O Grupo City precisa aproveitar a janela de transferência deste meio de ano e contratar um arqueiro de qualidade, que faça a diferença e nos passe confiança.

5 - Os jogos do Brasileirão são sempre muito disputados e competitivos. Há, de um modo geral, um certo equilíbrio entre várias equipes. Muitas delas têm um elenco acima da média e o Atlético-MG é um exemplo. Ele tinha no banco, nessa partida, jogadores da qualidade de Júnior Santos, que foi muito bem no Botafogo, e Cuello, ex-Atlhético paranaense. Quando esses caras entraram nesse jogo eu fiquei com muito receio e eles jogaram muito, mas nosso sistema defensivo esteve bem.

6 - Como tem acontecido com os adversários que enfrentam o Bahia, o Galo iniciou marcando forte nossa saída de bola e, embora no começo tivéssemos dificuldade, devagarzinho fomos nos assentando em campo e passamos a articular ataques. Numa escapada de Ademir, ele sofreu falta, o juiz marcou pênalti mas voltou atrás com a intervenção do VAR. Na cobrança da falta Juba chutou longe; teve outra falta cobrada por William José que o goleiro mineiro defendeu; o Galo cobrou duas faltas no primeiro tempo com Hulk: uma Marcos Felipe fez a defesa e a outra foi pra fora; Ademir chutou duas bolas com perigo que o arqueiro atleticano defendeu com dificuldade; Arana se infiltrou no lado da nossa área e chutou na rede pelo lado de fora.

7 - Aos 7 do segundo tempo, Gilberto alçou na área, a zaga tirou mal e Juba pegou de primeira, fazendo 1x0. O Bahia passou a pressionar mais, mas o Galo equilibrou o jogo e foi pra cima; teve uma bola que Cuello por pouco não marca; no final eles empataram com o gol olímpico de Hulk. O Esquadrão não desistiu, lutou, foi pra cima e desempatou com um golaço de Michel Araújo, que dominou na entrada da área, girou e chutou forte no canto: 2x1; antes, numa outra jogada de Gilberto, a bola foi lançada dentro da área mas Lucho atrapalhou Cauly, que ia fazer o gol.

8 - Marcos Felipe falhou no gol que sofremos, Gilberto atrapalhou-se em alguns lance mas apareceu bem nos dois gols que marcamos; Juba muito bem; nossa zaga mostrou segurança; no meio-campo todos se destacaram; William José não foi tão bem na frente, mas Ademir azucrinou a defesa do ex-clube; a galera que entrou, com exceção de Lucho, foi muito bem e o amuleto Michel Araújo, mais uma vez, fez um gol que decidiu o jogo. Este rapaz está surpreendendo positivamente.

9 - Imagino a frustração dos “secadores” quando o Bahia fez o segundo gol após sofrer o empate um pouco antes. Na certa comemoraram muito quando ficou 1x1 e depois veio o banho de água fria. Chupa! Se forem chorar, mandem áudio.

10 - GALO VIROU GALINHA — Para encerrar, um #tbt da música que a torcida do Bahia cantou em 2001, quando vencemos esse mesmo Galo por 4x0, com direito a golaço de Nonato, que deu um lençol em Marcelo Djan. A canção era a seguinte: “Dança, dança, dança, dança da bundinha / Aqui na Fonte Nova o Galo virou Galinha” 

*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia

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