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| Fotos: Felipe Oliveira | ECB |
1 - Foi eletrizante! Num jogo que foi um verdadeiro teste pra cardíaco, o Bahia conseguiu um triunfo histórico diante do Goiás, fora de casa, quando coisas inusitadas aconteceram e tabus foram quebrados. Com muitos gols e viradas, a partida foi eletrizante e só foi efetivamente definida nos últimos momentos dos acréscimos.
2 - O retorno de Cauly, que teve atuação memorável, e a grande partida de Everaldo, que fez o hat trick, foram fatores fundamentais para o triunfo histórico, num "jogo de seis pontos" cujo resultado nos tirou da "zona".
3 - Entre os tabus quebrados nesse jogo, o Bahia, pela Série A, nunca havia vencido o adversário em Goiânia; Everaldo há muito tempo não fazia gol; foi o primeiro jogo em que algum jogador fez 3 gols neste campeonato; os próprios jogadores do Goiás que fizeram os gols há muito tempo não marcavam e nenhuma partida este ano teve 10 gols.
4 - Bahia entrou com Cauly, mas manteve, contra a vontade de todos, Vitor Hugo e Everaldo.
5 - Começamos o jogo até bem compactado e procurando explorar a transição rápida. No primeiro lance que teve certo perigo, a bola foi alçada na área e o goleiro Tadeu, do Goiás, precisou desviar. Com toques rápidos, o time esmeraldino passou a envolver nossa defesa e Marcos Felipe fez grande intervenção num chute de dentro da área.
Depois, em outro arremate goiano, a bola passou perto. Chegamos ao primeiro gol numa escapada de Gilberto, que passou pra Cauly cruzar e Everaldo completar após corta-luz de Ademir. Numa falta cobrada ao estilo Roberto Carlos, Marcos Felipe fez defesaça. O segundo gol tricolor veio numa cobrança de falta de Gilberto.do meio-campo a la Ronaldinho Gaúcho na Copa de 2002. Goiás diminuiu trocando passes na nossa área com a conclusão de Guilherme.
O Bahia fez o terceiro em outro grande lançamento de Cauly que Everaldo completou pro gol. O Goiás colocou outro centroavante alto no lugar de um volante e fez dois gols seguidos: um no pênalti bobo cometido por Resende e outro numa bola alçada na área que Babi cabeceou pro gol, com nossa defesa, pra variar, muito mal posicionada.
6 - Logo no começo do segundo tempo, o Goiás, pelo nosso lado direito (uma avenida), chegou ao quarto gol, trocando passes até a conclusão embaixo da trave. Mas nós tivemos uma reação inacreditável logo em seguida, fazendo dois gols: no quarto, Cauly entrou na área driblando a defesa do Goiás e a bola sobrou pra Everaldo fuzilar (lembrando um gol de Bobô contra o Inter na final de 88); no quinto num lançamento de Cauly para Everaldo, que avançou e cruzou de 3 dedos pra Ratão completar.
Daí em diante o Goiás nos pressionou (Gabriel Xavier inclusive salvou um gol) mas, no “apagar das luzes”, num contra-ataque, Thaciano passou pro meio e Biel dominou e mandou para as redes. Só alegria!
7 - As falhas do nosso sistema defensivo começavam com a marcação no meio, onde somente Resende se virava, Thaciano foi apenas razoável e Yago Felipe estava completamente perdido em campo.
8 - Vitor Hugo é tão inseguro que acaba fazendo com que quem joga ao lado dele caia de produção. Gabriel Xavier por exemplo titubeou em alguns momentos embora de certa forma tenha feito uma boa partida, tendo inclusive evitado mais um gol do Goiás. No ataque Ademir não foi bem mas Ratão e Biel incendiaram a partida quando entraram. Nosso loterias, se forma bem ofensivamente, na parte defensiva deixavam buracos que o Goiás explorou bastante. Até o fraco ponta Alisson, ex-Bahia, fez festa, tendo inclusive quase feito um gol, mas nosso arqueiro defendeu com o pé.
9 - Mesmo voltando após dois meses, Cauly foi o nome do jogo, sendo o grande articulador do time, com 3 assistências e participação em outros dois gols, além muita movimentação e visão de jogo, deixando em polvorosa os defensores do Goiás. Everaldo fez tudo que se espera de um centroavante: 3 gols, deu assistência e estava ligado o jogo todo, com grande participação. Marcos Felipe também merece destaque pois apareceu bem em pelo menos dois lances cruciais do jogo (naquela falta e no chute de Alisson).
10 - Esse triunfo inesquecível e histórico, daqueles que sempre vamos ficar lembrando, nos dá a esperança de dias melhores na competição. Mas a permanência na Série A vai ser uma luta grande, afinal, se melhoramos ofensivamente, nosso sistema defensivo está uma " baba", cometendo falhas terríveis, sendo envolvido com muita facilidade, e isso é preocupante.
Vamos torcer para que Rogério Ceni consiga fechar um pouco a "casinha" da nossa defesa e o ataque continue fazendo os gols para que possamos melhorar o desempenho e terminar o torneio com mais tranquilidade, permanecendo na primeira divisão.
*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia
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