segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Análise: dez observações sobre Bahia 2x1 Bragantino


Por: Kléber Leal* | Especial para o Blog P. da Notícia

1 - CAIU NA FONTE… —
Se, fora de casa, o Bahia sempre perde, em casa, graças a DEUS, é o contrário: o time sempre vence. E este jogo contra o Bragantino não foi diferente. Apesar de jogar bem apenas um tempo, o time superou as dificuldades e ganhou a partida de virada, consolidando-se, e até abrindo um pouco de gordura, na quinta colocação do Brasileirão, posição que dará vaga direta à fase de grupos da Libertadores. Temos que cantar “Eu, eu, eu, caiu na Fonte se…”

2 - O jogo marcou o retorno de Erik Pulga, após longo tempo recuperando-se de lesão, e ele fez um partidaço. Enquanto esteve em campo e com condições físicas, ele jogou muito, deu trabalho e criou chances, apesar de, quando foi substituído, o time ainda estar perdendo.

3 - Outro retorno que devemos comemorar bastante foi o do craque e excepcional ser humano Éverton Ribeiro, que recentemente fez cirurgia para a retirada de um câncer de tireoide, e nos poucos minutos em que esteve em campo desfilou categoria e produtividade, participando diretamente no nosso gol de virada. Esse cara é um exemplo!

Análise: dez observações sobre Bahia 2x1 Bragantino

 4 - Mais uma vez o goleiro Ronaldo merece muitos, muitos, muitos elogios. Fez duas defesas importantíssimas e dificílimas, ambas no primeiro tempo: uma cabeçada, que interceptou no estilo do inglês Gordon Banks, na Copa de 70; e outra numa saída precisa em que desviou um chute de Sasha com os pés. Essas bolas, se fossem convertidas, poderiam sacramentar nossa derrota.

5 - Já dizia Dario, o Rei Dadá: “Centroavante não precisa nem saber jogar futebol, ele tem que fazer gols”. Se William José fica meio paradão, é chamado e cone, não acompanhando tanto os lances, ele vem correspondendo nas finalizações, fazendo gols, isso é mais importante. Neste jogo brilhou.

6 - Juizinho ruim esse Marcelo de Lima Henrique, sem critérios nas interpretações de lances faltosos e de cartão. Teve um cara do Braga que tinha dado uma falta dura e ele não advertiu. Na sequência o cara deu outra e aí o juizão aplicou amarelo, quando poderia ser vermelho se tivesse amarelado antes. Teve um lance em que Tiago, na área, sofreu uma carga e caiu, ele não deu nada. Lance igualzinho contra o Bahia no campo de defesa do Bragantino ele deu falta. Também deveria ter expulsado o tal Isidro Pitta por agressão. Já está na hora de esse árbitro se aposentar.

7 - A marcação alta do Bragantino dificultou bastante as articulações do Bahia na primeira etapa, e o Esquadrão ainda sofreu com contragolpes perigosos. No nosso primeiro lance de perigo, Juba lançou David Duarte numa cobrança de falta e a cabeçada dele obrigou o goleiro Cleiton a fazer grande defesa, com a bola ainda batendo na trave; a resposta dos paulistas foi um contra-ataque, a partir de uma falha de Acevedo, em que Sasha, livre, avançou e tentou deslocar Ronaldo, que fez grande intervenção com o pé, e a bola também explodiu no poste; num escanteio, nossa zaga assistiu, eles deram uma cabeçada à queima-roupa e Ronaldo fez aquela defesa cinematográfica (Gordon Banks?); outro cochilo da nossa defesa e Juninho Capixaba chutou com perigo na rede pelo lado de fora; Acevedo errou o passe e num contra-ataque Arias foi fintado na corrida, a bola foi cruzada e o Bragantino fez 1 a 0; Arias cruzou e Pulga completou com perigo.

8 - As mudanças feitas por Rogério na segunda etapa (colocando Michel Araújo, Tiago, Cauly, Erik e, por último, Éverton Ribeiro) fizeram o Bahia dominar o segundo tempo e pressionar, embora sem criar tanto. Arias chutou fraco de longe para defesa tranquila do goleiro; empatamos aos 30 minutos com Wiliam José de cabeça numa jogada pelo lado esquerdo bem construída com a participação de Mingo, Cauly, Jean Lucas e cruzamento de Juba; num contra-ataque, Arias travou um adversário que já ia fazer o gol; desempatamos aos 44 numa jogada pelo lado direito, que contou com a genialidade de Éverton Ribeiro lançando Tiago e este, com precisão, servindo William José, que completou para a festa da Nação Tricolor.

9 - Nossa zaga deu alguns moles no primeiro tempo, mas no segundo se firmou; Árias foi fintado no primeiro gol, mas evitou um no segundo tempo; Juba foi muito bem, a assistência no gol de empate foi maravilhosa; Kayke rendeu pouco e Rodrigo Nestor, nada (pra que comprar este jogador?); Acevedo desta vez foi muito mal; Jean Lucas melhorou na segunda etapa; a turma que entrou arrebentou, pois foi fundamental para a virada tricolor: Everton Ribeiro, espetacular; Tiago muito bem e Cauly, enfim, deu ar da graça e fez grande jogo; Michel Araújo foi bem também.

10 - DUAS DERROTAS? — Agora teremos dois jogos seguidos fora de casa, contra o Galo e Inter. Pelo andar da carruagem, se nada for feito para melhorar nossa performance longe da Fonte Nova, serão duas derrotas, mesmo atuando contra time que no momento não estão tão bem na competição. É preciso primeiramente trabalhar o mental, o astral, o foco dos jogadores para essas partidas, já que fora de casa o time geralmente entra apático e já derrotado antecipadamente. Não consegue implantar o modelo tático ou ter boa participação técnica. Não quero ser pessimista, mas estou esperando duas derrotas. Tomara que eu esteja enganado e essas duas partidas sejam um marco para a virada de chave nos jogos longe dos nossos domínios. Vou torcer muito por isso, afinal já passou da hora de o Bahia voltar a ganhar fora de casa.

*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia

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