domingo, 6 de outubro de 2024

Análise: dez observações sobre Bahia 0x2 Flamengo

Análise: dez observações sobre Bahia 0x2 Flamengo
Foto: Letícia Martins | ECB

Por: Kléber Leal* | Especial para o Blog P. da Notícia

1 - Rogério já deu — Tudo na vida tem seu “prazo de validade” e o treinador Rogério Ceni, no Bahia, já está com prazo vencido há muito tempo. Não consegue tirar mais nada do elenco, não consegue evoluir nem um pouco, não inova, não sabe o que fazer, e essa derrota, com péssima atuação, contra o Flamengo, mais uma na conta dele, ilustra muito bem todo esse cenário negativo de um time que oscila o tempo todo e cujo esquema tático, manjado pelos adversários, não consegue obter os resultados esperados e qualquer equipe pode nos bater independente da posição que esteja na classificação.


2 - Sei que muitos vão dizer, inclusive o próprio Rogério, que o Bahia faz uma campanha histórica na era dos pontos corridos, e realmente faz. Mas, com o investimento que foi feito, isso era esperado e o Esquadrão poderia até estar bem melhor na tabela caso o treinador tivesse mais competência, pois, por culpa dele, perdemos várias partidas, deixando de ganhar pontos preciosos que nos deixariam mais bem posicionados, até brigando pelo título. Olha o exemplo do Fortaleza, que tem elenco inferior ao nosso, mas tem um treinador muito bom.

3 - Um grande indicativo de que uma mudança de treinador, muitas vezes, faz um mesmo elenco render mais, é a efetivação do novato treinador Felipe Luiz no comando do Flamengo no lugar de Tite. Em pouquíssimo tempo, o time carioca deixou de apresentar aquele futebol improdutivo e sem graça, para um futebol competitivo e eficiente, sem complicações, sem medo. O Flamengo venceu merecidamente os dois jogos que fez na semana e esse contra o Bahia contou com a permissividade de Rogério Ceni.

4 - Claro que a culpa pela campanha irregular do Bahia não é apenas de Rogério, pois muitos jogadores, como Cauly, por exemplo, apresenta um rendimento muito abaixo do que se esperava. No entanto, o esquema do nosso treinador, tirando muitos jogadores da sua posição original, acaba tolhendo a qualidade de alguns atletas, fazendo com que eles rendam menos do que podem. E sobre este jogo contra o Flamengo ninguém jogou nada, todos apáticos, passivos, só livro a cara do nosso goleiro, que fez duas grandes defesas, evitando até que fôssemos goleados: uma de Gabigol na área no primeiro tempo e outra num chute de fora da área no alto de Alcaraz no segundo tempo, quando Marcos Felipe desviou, a bola ainda bateu na trave e saiu. A expulsão inaceitável de Árias, que deu um soco no adversário já nos acréscimos, foi outra coisa abominável nesse jogo.

5 - Com mais esse novo fiasco nosso contra o Flamengo, o tabu agora é de 11 jogos, com 11 derrotas, embora em, pelo menos, cinco a seis dessas partidas houvesse falhas capitais de arbitragem que beneficiaram o time do Rio. Basta pegar as imagens desses embates para conferir. Por sua vez, Ceni completou15 jogos e 15 derrotas contra o rubro-negro carioca. Aff!!!

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6 - As vaias de toda a torcida, a revolta geral e o fato de nosso treinador ser chamado de “burro” e outros adjetivos pela Nação Tricolor, durante e após o jogo, demonstram que ninguém aguenta mais aturar o trabalho de Rogério Ceni e ele vai ter mais esse problema para administrar nessa reta final do Brasilerão. Esse sentimento talvez seja amenizado caso ele consiga ainda colocar o time ao G6 ou G4, coisa que, pelo futebol apresentado, não dá para levar muita fé, até porque Rogério deixou claro na entrevista coletiva que continuará com esse esquema por ter dado essa pontuação até agora. Acontece, porém, que o time está estagnado, com esquema que já não funciona, e mudanças precisam ser feitas, senão teremos que contar apenas com tropeços dos nossos concorrentes para que possamos sonhar com vaga na competição mais importante da América do Sul.

7 - Nessa derrota contra o Flamengo, o time carioca, com forte marcação, principalmente quando perdia a bola, dificultou qualquer articulação do Bahia, que, lento, não conseguia evoluir para o ataque. E Rogério não conseguiu fazer nada para mudar o panorama.

8 - Por outro lado, nossa marcação mostrou-se frouxa e os meio-campistas do Flamengo, notadamente Gérson, estavam livres, articulando jogadas como queriam e bem entendiam, sem ser importunados. Foi notável a falta que Éverton Ribeiro, nosso craque e grande ladrão de bola, fez. Sem ele, além de perdermos na criação, nosso poder de marcação caiu, até porque Rogério preferiu colocar De Pena, que não tem características para marcar e criou muito pouco.

9 - Na primeira grande chance, Gerson colocou Gabigol na cara do gol e ele chutou para grande defesa de Marcos Felipe. Na nossa resposta, numa bola na área, Thaciano, livre, perdeu a chance de abrir o escore cabeceando pra fora. A gente sempre perde muitos gols contra o Flamengo e isso acaba nos custando muito caro. E custou mesmo, pois eles abriram o escore logo depois, numa bola na área, após Juba ser envolvido, que Airton Lucas completou depois de defesa parcial de Marcos Felipe num chute de Bruno Henrique. Rogério, mesmo com atuação pífia, voltou com o mesmo time do intervalo, o Flamengo continuou mandando no jogo, perdendo chances de gol, quase toma o empate numa cabeçada de Juba, mas, no final, a agressão ridícula de Árias a Michael gerou o pênalti que foi convertido e deu números finais à partida. Aliás, sobre essa agressão, De La Cruz do Flamengo fez o mesmo com Lucho minutos antes, o juiz não marcou nada e o VAR não chamou...

10 - Embora a grande parcela de culpa dele seja mais do que clara, Rogério Ceni não admite, esquivando-se e alegando carência no elenco e concorrência de times com qualidade superior. Mas nosso time vem jogando mal e perdendo para qualquer adversário. E tem mais: ele conseguiu perder o título baiano para o rival e foi eliminado do Nordestão pelo CRB, times que, nas suas competições atualmente, Série A e Série B respectivamente, estão na zona de rebaixamento, ou lutando para não entrar. Portanto, Ceni está em débito, o trabalho dele é extremamente carente de resultados e, neste Brasileirão, insisto, poderíamos estar fazendo uma campanha muito melhor caso nosso treinador tivesse mais competência. A saída de Rogério do comando técnico do nosso time, independente do que aconteça até o final deste campeonato, é um desejo da torcida e espera-se que, no final do ano, o Grupo City possa atender esse anseio, pois ninguém aguenta mais tanta teimosia, limitação, mesmice, falta de criatividade e de resultados de um treinador que não consegue tirar tudo que o elenco pode render. Chega!

*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia

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