segunda-feira, 22 de julho de 2024

Análise: dez observações sobre Bahia 0x1 Corinthians

O ataque Tricolor não conseguiu vencer a retranca do time paulista
Foto: Rafael Rodrigues | ECB

Por: Kléber Leal* | Especial para o Blog P. da Notícia

1 - Fase ruim chegou! Numa competição longa como o Brasileirão, até o time que chega ao título passa por fase ruim, isso é fato. O Bahia, que vinha fazendo um bom campeonato, notadamente dentro de casa, infelizmente entrou na fase ruim e nesse jogo contra o Corinthians acabou sofrendo a segunda derrota consecutiva em seus domínios, quando tudo levava a crer que venceria o time paulista e também o jogo anterior, contra o Cuiabá.

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2  - O pior é que, pelo que aconteceu em campo, principalmente nos 10 minutos finais do jogo, poderíamos ter saído com pelo menos um empate, mas, na fase ruim, acontece de tudo contra, e nós não conseguimos evitar a derrota, mesmo com várias chances criadas nessa parte do jogo, com bola na trave, outra tirada quando ia para o gol, etc.

3 - A única coisa “boa” nessa derrota foi saber que ela acabou contribuindo para levar o “rival” de Canabrava à zona de rebaixamento, embora nesse contexto seria melhor o empate, mas paciência.

4 - O Corinthians, sabendo que o Bahia cria muitas jogadas pelo meio, entrou com três zagueiros e dois volantes, fazendo um cinturão na entrada da área. Nos primeiros 15 minutos, ele foi sufocado pelo Bahia, porém o Esquadrão empurrava o time paulista mas não conseguia fazer bem o último passe ou mesmo chutar a gol com eficiência. Mesmo assim, teve um bom arremate de Thaciano por cima.

5 - Pouco a pouco o time paulista, que praticamente não estava passando do meio-campo, adiantou a marcação e dificultou as jogadas articuladas pelo Bahia, passando a nos atacar também.

6 - Explorando nossos erros de passe na finalização das nossas jogadas, o Corinthians passou a mandar bolas longas para o ataque e, em duas delas, com precipitação de Yuri Alberto, eles desperdiçaram, mas, na terceira, Yuri inverteu, dando assistência a Romero, que dominou, cortou para o meio e fez 1 a 0. No momento do gol do Corinthians eles já estavam melhor que a gente e, depois, cozinharam o jogo até o fim da primeira etapa, quando ainda fizeram um gol de impedimento, que foi anulado.

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7 - No segundo tempo, muito mais na vontade do que na qualidade das articulações táticas, o Bahia foi pra cima e, apesar de possibilitar alguns contra-ataques, poderia ter empatado no final diante das oportunidades que apareceram. Mas não conseguiu converter nenhuma delas até porque os defensores corintianos, principalmente o zagueiro estreante André Ramalho, estiveram numa tarde-noite de muita competência e sorte. Tivemos no início uma chance em que Éverton Ribeiro tocou fraco para defesa do goleiro; depois um bom chute de Gilberto, que, de dentro da área, girou e bateu, mas o goleiro fez boa defesa; Yago recebeu dentro da área e soltou a bomba para nova intervenção do goleiro corintiano; teve também um chute fraco de Ademir; num contra-ataque do time paulista, Mateuzinho soltou o canudo mas Marcos Felipe espalmou; nos acréscimos, Caio Alexandre quase empata numa bola em que desviou e tocou na trave; em outro lance, numa troca de passes na área, a bola foi desviada por Resende, ia na direção do gol, mas a zaga cortou, com a redonda inclusive tocando no braço de um corintiano; teve também uma cabeçada de Thaciano que o goleiro pegou e, para confirmar que a fase não está boa, Resende deu uma cabeçada após escanteio no primeiro pau e a bola explodiu na trave.

8 - Dupla de zaga individualmente teve atuação razoável, mas, no jogo coletivo, tomou algumas bolas perigosas nas costas (lá ele); Marcos Felipe titubeando muito nas saídas do gol e jogando na fogueira com os pés, mas fez pelo menos duas boas defesas; Everton Ribeiro e Cauly tentaram, sem sucesso, articular jogadas e, no gol do Corinthians, Everton perdeu a bola e deu o contra-ataque; Árias foi razoável; Gilberto entrou até bem, assim como Ademir e o próprio Resende; Jean Lucas, Caio Alexandre, Everaldo com muita luta mas pouca produção; Thaciano nulo; Rogério deixou o time muito tempo preso no cinturão central corintiano, demorando de observar que nosso jogo tinha que migrar para as pontas, só colocando Ademir a pedido da torcida. No geral tivemos fraca atuação individual e coletiva. Ainda sobre Rogério, já está na hora de o Bahia ter outras alternativas de jogo, que não seja apenas pela faixa central de campo, pois nossos adversários já estão conseguindo neutralizar, sendo fundamental que se qualifiquem mais as articulações pelos lados. Também precisamos ter aquele jogador que consiga, com habilidade, quebrar as linhas defensivas e chutar mais a gol.

9 - Rogério Ceni tem razão ao falar do gramado da Fonte Nova, que está nitidamente ruim para se jogar futebol, com trechos até sem grama, onde a bola quica e prejudica o espetáculo.

10 - O que o Bahia precisa fazer agora, com a máxima urgência, é sair dessa fase ruim e, para isso, tem que, mais do nunca, encarar o próximo jogo, contra o Atlético-GO fora de casa, como decisão do campeonato e vencer. Não importa como. Precisamos fazer os três pontos para encerrar o turno com uma vibe positiva e iniciar o segundo turno motivado e determinado a fazer um grande campeonato.

*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia

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