Análise: dez observações sobre Bahia 2x1 Vasco

Fotos: Letícia Martins | ECB

Por: Kléber Leal* | Especial para o Blog P. da Notícia

1 - Mais três! Demonstrando que não está pra brincadeira neste Brasileirão, o Bahia faturou mais três pontos, ao bater o Vasco por 2 a 1 na Fonte Nova, mantendo os 100% em nossos domínios e igualando a pontuação do líder, Flamengo, perdendo o topo apenas no saldo de gols. O placar saiu barato para o time carioca, que escapou de tomar uma goleada, mesmo até jogando bem e chegando a empatar o jogo e nos dar muito trabalho.

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2 - Não fossem os erros de arbitragem e VAR, que beneficiaram o Flamengo, estaríamos agora merecidamente em primeiro lugar isolado, até porque no momento o Bahia pratica o melhor futebol do Brasil, só não reconhece quem não estiver analisando o desempenho dos times de forma correta. Afinal, contra fatos não há argumento.

3 - Com os dois times vindo de goleadas, a partida começou com o Bahia num ritmo frenético, trocando passes rápidos no campo do Vasco, que, quando tinha a posse de bola, tentava cadenciar o jogo ou sair em contra-ataques. Com muitas inversões de lado nas articulações, no primeiro ataque do Bahia, Cauly cruzou e Thaciano mandou de cabeça para fora; o Vasco tentou responder com um chute de Ádson pra longe.

4 - Aproveitando as linhas baixas do Vasco, o Bahia chegou ao primeiro gol, aos 6 minutos, num chute de Thaciano de fora da área, que desviou e traiu o goleiro Léo Jardim; logo depois David, do Vasco, chutou fraco e Marcos Felipe pegou; quase fizemos o segundo num cruzamento de Everaldo, que Thaciano chutou e o goleiro pegou; o Vasco chegou ao empate, quando o Bahia era pressão total, mas se descuidou na recomposição de em um contra-ataque rápido vascaíno: o atacante David ficou cara a cara, Marcos Felipe fez duas defesas, mas, na sobra, o lateral deles foi no fundo e cruzou para PH empatar. Após tomar o gol de empate, o Bahia continuou melhor e teve várias chances de desempatar, mas as conclusões dos lances não foram felizes. Tivemos o chutaço de Cauly na trave, uma cavadinha dele próprio, que foi por cima, e, depois que Gilberto perdeu chance de cabeça, Cauly chutou outra, mas o goleiro pegou.

5 - Iniciando melhor o segundo tempo, o cruzmaltino tentava articular para atacar o Bahia, quando David deu um tapa na cara de Gilberto e, como já tinha amarelo, foi expulso. Daí em diante, Rogério fez as mudanças _ colocando Estupiñán, Ademir, Biel e De Pena_ e o time deslanchou. Poderia ter feito o segundo com Estupiñán, após passe de Biel, mas o goleiro pegou; com Biel, que chutou no alto e o arqueiro vascaíno pegou de novo e, com Everaldo, que jogou na rede pelo lado de fora após um cruzamento de Juba. O gol do triunfo surgiu com outra jogada de Biel, que de novo serviu a Estupiñán, que desviou para o gol. Depois o colombiano perdeu chance de ouro, cara a cara, com o bom goleiro do time do Rio conseguindo defender.

6 - Para fazer uma boa campanha no Brasileirão, o time precisa ter titulares e reservas bem condicionados física, técnica e taticamente e isso está acontecendo. Hoje, mais uma vez, o pessoal que entrou no segundo tempo fez um grande jogo e foi decisivo. Biel azucrinou a defesa adversária, deu assistência para Estupiñán marcar o gol de desempate e quase deixa o dele; Estupiñán fez um e poderia ter feito mais; Ademir, embora com desempenho inferior, ajudou bastante na ocupação da faixa de campo em que atuou.

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COLETIVA ROGÉRIO CENI

7 - O Brasileirão é o único campeonato em que, com frequência, um time que está entre os primeiros pode perfeitamente perder para quem está entre os últimos, por isso cada jogo é uma decisão, cada triunfo, cada três pontos, independente contra quem for e onde for, devem ser comemorados como título.

8 - A bola que Éverton Ribeiro vem jogando neste Brasileirão mostra o quanto a contratação dele foi importante para o Bahia. Jogador de alta qualidade técnica, ele vem pondo em prática toda sua experiência e liderança, com uma performance excelente. Neste jogo ele simplesmente arrebentou. Cauly teve uma melhora considerável neste jogo. Por sinal, aquela triangulação entre Gilberto, Éverton Ribeiro e Cauly, que chutou na trave, merecia o gol. Caio Alexandre também foi muito bem nessa partida; Jean Lucas um pouco abaixo. Kanu e Gabriel muito seguros; Gilberto muito bem e Juba deu mole no gol do Vasco mas ajudou muito nas construções.

9 - Finalmente o Bahia passou a tirar proveito de times que ficam com um a menos, coisa que historicamente não acontecia. Aliás, atualmente se bater o Bahia, jogando 11 contra 11, já é difícil, com um a menos é quase impossível. E Rogério Ceni, com as mudanças, deixa o time mais ofensivo e também contribui muito nessas situações.

10 - Está dando gosto assistir aos jogos do Bahia, que vem nos dando orgulho pelo estilo vistoso, competitivo, bem individualmente e coletivamente, enchendo os olhos de quem gosta do bom futebol. Próxima batalha agora é domingo contra o São Paulo e temos consciência de que não será fácil, mas nosso time está preparado para superar tudo e continuar nessa pegada positiva.

*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia

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