segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Dez observações sobre Bahia 1x1 Athletico-PR

Everaldo foi um dos que mais cometeram equívocos na partida
Fotos: Felipe Oliveira | ECB

Por: Kléber Leal* | Especial para o Blog P. da Notícia

1 - Resultado catastrófico! O empate que sofremos no final da partida contra o time misto do Atlhetico nos deixa numa situação extremamente delicada no Campeonato Brasileiro, pois agora estamos na porta da “zona de rebaixamento” e precisamos secar mais ainda os concorrentes diretos, como Vasco, que tem um jogo a menos e dois pontos a mais, e Cruzeiro, que, embora tenha um ponto a menos, tem também dois jogos a menos. Situação é desesperadora.

2 - O treinador Rogério Ceni sacou o fraco Yago do time titular e o meio-campo ficou com Resende, Acevedo, Thaciano e Cauly (sendo que o primeiro praticamente foi terceiro zagueiro). Na lateral esquerda improvisou Juba. Sem Yago, nosso time marcou melhor, embora deixasse Fernandinho do Furacão muitas vezes livre para armar as jogadas, o que foi muito arriscado.

3 - O que dá mais raiva é que, mesmo sem jogar tão bem, fomos superiores ao atlético na maior parte do jogo, pecamos nas conclusões das jogadas (passe final ou chute a gol), e poderíamos ter vencido, mesmo porque estávamos ganhando até 42 minutos do segundo tempo e, se tivéssemos mais maturidade, seguraríamos o resultado. 

O gol que tomamos foi de um escanteio cujo início da jogada surgiu de uma “bicicleta” bizarra de Everaldo, que gerou o contra-ataque, num lance em que ele poderia segurar a bola e matar o tempo.

4 - Mesmo com forte marcação alta do Atlhetico no começo do jogo, o que dificultou inicialmente as articulações de jogadas do Bahia, o Tricolor conseguiu aos poucos ir empurrando o time paranaense, principalmente com boas jogadas de Biel.

5 - A questão é que, nas tomadas de decisões para finalizar os lances, o Bahia errava: ou não dava o passe para alguém melhor posicionado ou chutava sem tanto perigo e em cima da zaga.

Ceni e jogadores na área técnica do Tricolor durante o jogo

6 - Numa das jogadas do Bahia no primeiro tempo, Biel cruzou e Thaciano tocou de cabeça para a defesa do goleiro. Depois ele deu um chute que o goleiro pegou. Na sequência, ele tocou para Cauly dominar e chutar, mas o goleiro pegou novamente. Tivemos uma falta que Juba cobrou com certo perigo. Teve um chute sem perigo de Gilberto e no final Cauly chutou e o goleiro defendeu.

7 - O Athletico no primeiro tempo, conseguiu articular algumas jogadas, sem muito perigo, com Fernandinho fazendo a organização no meio e Thaciano assistindo, obrigando a Acevedo se desdobrar.

8 - No segundo tempo, o Bahia pressionou mais e, logo no início, num bate-rebate na área, Thaciano quase marca. O Athletico contra-atacou e Cannobio chutou pra grande defesa de Marcos Felipe. Depois Cauly tentou um chute sem direção. Teve também uma boa cabeçada de Thaciano, mas a bola foi pra fora. Na sequência, Juba chutou uma pra fora e Gilberto sofreu o pênalti, bem cobrado e convertido por Everaldo. 

Tivemos alguns bons ataques e Biel quase marca fechando pela diagonal. Depois de outro bom ataque nosso, Everaldo deu a tal bicicleta e no contra-ataque gerou o escanteio, que foi cobrado alto, nosso sistema defensivo titubeou e o “baixinho” Cannobio fez de cabeça. Ainda tivemos uma outra chance com Cauly mas não convertemos. No final quase eles chegaram ao segundo e depois nosso time também quase chega, mas os goleiros acabaram salvando.

9 - Everaldo, embora se esforçasse bem mais que em jogos anteriores, foi um dos que mais cometeram equívocos. Em várias jogadas tomou a decisão errada, desperdiçando bons ataques, chutando em cima do adversário em vez de passar pra alguém, fazendo cruzamento e dando passes errados e, como cereja negativa do bolo,  deu a tal bicicleta ridícula no final do jogo, que acabou iniciando a jogada do empate atlheticano. 

Nossa zaga falhou no lance do gol, deixando um cara de quase 20 cm de altura a menos cabecear para o fundo das redes. Um lance desse é pra todo mundo marcar, goleiro sair do gol etc., mas a ingenuidade do nosso time é terrível. Gilberto, apesar de ter sofrido o pênalti, teve atuação fraca, dentro da média que tem tido no Bahia. Biel foi muito bem no primeiro tempo, mas no segundo não repetiu a mesma performance, embora continuasse dando trabalho à defesa adversária. 

Thaciano mais uma vez apresentou-se sem poder de marcação e criando pouco. Já Acevedo, este sim, representa a Nação Tricolor. Parece que se multiplica em campo. Que jogador participativo, incansável, marcador que tem um misto de Baiaco e Bebeto Campos! Rouba a bola sem cometer faltas e corre 90 minutos.

10 - O público dessa partida foi de 33.878, mesmo após o vexame de quinta-feira diante do Cuiabá, quando tomamos 3 a 0 em casa. Temos uma média superior a 30 mil pessoas nos últimos 18 jogos. Esta é a Nação Tricolor, uma torcida apaixonada, fiel, que sempre apoia o time. Não merece outra queda para a segunda divisão.

Para que isso não aconteça, precisamos primeiramente que Deus ilumine nossa estrela e que, dentro de campo, os jogadores procurem se esforçar mais, correr mais, caprichar mais nas jogadas para que possamos superar nossos adversários. Secar os concorrentes também é muito importante. Tudo é válido e necessário. Essa reta final não vai ser brincadeira, mas onde houver 1 por cento de chance haverá 100 por cento de esperança…

*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia

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