quarta-feira, 31 de julho de 2024

Análise: dez observações sobre Botafogo 1x1 Bahia

Cauly marcou o gol de empate no Nilton Santos
Fotos: Letícia Martins | ECB

Por: Kléber Leal* | Especial para o Blog P. da Notícia

1 - Faltou coragem! Após começar mal, sair atrás do placar, melhorar, empatar (1 a 1) e ter tudo pra ganhar, faltou coragem ao Bahia para confirmar um grande triunfo de virada. Afinal, na segunda etapa, nitidamente querendo segurar o empate, a postura do time foi cozinhar o jogo e fazer o tempo passar, satisfeito com o resultado, que realmente foi bom mas poderia ser melhor.

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2 - Uma das evidências de que o Bahia “não fez questão” de ganhar, agindo com frouxidão, foi o fato de ter um jogador de 60 milhões no banco de reservas, que é ofensivo e um exímio finalizador, e não utilizá-lo. Aliás, não dá para entender o critério de Rogério Ceni. Até um dia desse ele escorava Ratão e, agora, tendo Lucho Rodrigues no banco, quem ele coloca em campo? Ratão. A alegação dele na coletiva, dizendo que o atleta não entrou porque treinou pouco não cola porque o craque uruguaio já tinha estreado no jogo anterior.

3 - Rogério precisa entender que Lucho tem que jogar, pelo menos ir entrando nos jogos, pois é um atleta jovem, artilheiro, veloz, excelente no “um contra um”, tem boa bola parada, detalhes que fazem parte do conjunto de carências do nosso time. Temos, portanto, no elenco um jogador que pode suprir diversas necessidades do time e nosso treinador simplesmente abre mão. O pior é que, nesse jogo, todas as mudanças de Ceni não deram certo.

4 - O Bahia iniciou a partida apavorado, sem conseguir passar do meio campo. O Botafogo foi pra cima e nos pressionou bastante. Teve um cruzamento rasante que quase era gol e logo depois, aos quatro minutos, o time do Rio abriu o escore com Carlos Alberto, aproveitando um rebote de Marco Felipe, após cabeçada à queima-roupa.

5 - Daí em diante o Bahia se assentou, conseguiu avançar as linhas e com toques de bola foi envolvendo o Botafogo. Poderia ter empatado logo depois quando Jean Luca, que recebeu livre na frente do gol, chutou mal. Botafogo passou a jogar nos contra-ataques e teve um chute de Luis Henrique que desviou e passou perto.

Everton Ribeiro foi um dos destaques do Tricolor no Nílton Santos

6 - O Bahia continuou melhor, mas não era preciso na conclusão dos lances. Houve mais dois chutes de Jean Lucas de fora e um gol perdido por Arias, que recebeu de Éverton Ribeiro e, cara a cara, chutou mas o goleiro tirou com o pé. No final da primeira etapa, para fazer justiça ao domínio tricolor, o Bahia chegou ao empate em mais uma troca de passes (entre Juba, Cauli, Biel e Árias), sendo que o lateral colombiano cruzou e Cauly fez de cabeça. Um golaço do jogo coletivo.

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7 - Após terminar tão bem o primeiro tempo, o Esquadrão adotou uma postura muito retraída no segundo, arriscando pouco e procurando se defender para tentar fazer a transição rápida. Mas isso acabou não dando certo e o time carioca foi pra cima e criou algumas chances: Luís Henrique entrou pelo lado da área e chutou mas Marcos Felipe defendeu; em outro lance, Marlon, livre, chutou pra cima; nosso goleiro fez também mais duas boas defesas em chutes de Igor Jesus. Mesmo dando-se satisfeito com o resultado, o Bahia ainda teve uma boa oportunidade com Ratão e outra com Everaldo, que concluíram muito mal.

8 - Bom jogo dos nossos laterais. Arias, além da assistência para nosso gol e em outra que Jean Lucas perdeu, apareceu várias vezes no ataque, mesmo precisando também marcar o lateral Cuiabano, que dá muito trabalho. Juba, improvisado, se não é tão bom defensivamente, na parte ofensiva é mais um meia, com passes e infiltrações precisas. (Yago Borducchi, apesar de ser lateral de ofício, terá que ralar muito para tomar a posição de Juba). Caio Alexandre, Jean Lucas, Éverton Ribeiro e Cauly jogaram bem mas, como todo o time, ficaram devendo na segunda parte do jogo. Thaciano e Biel não foram bem. Rogério Ceni deixou a desejar pois posicionou mal o time no segundo tempo.

9 - O que fica de mais positivo dessa partida é que em boa parte do tempo, pelo menos dos 15 aos 45 da primeira etapa, o Bahia reencontrou o futebol que vinha chamando a atenção, com troca de passes envolvendo o adversário, chances sendo criadas e só não obteve um resultado de triunfo devido à carência de conclusão dos lances.

10 - Jogo de volta dessas oitavas de final da Copa do Brasil será na semana que vem na Fonte Nova e temos consciência de que não será fácil, mas temos todas as condições de obter um grande triunfo e sair com a classificação. Precisamos correr, lutar, contar, como sempre, com o apoio da Nação Tricolor, e, mais do que nunca, é necessário, além de repetir a boa atuação de grande parte deste primeiro jogo, que tenhamos uma postura mais corajosa, possamos jogar pra pirão, encarar como decisão, superar gramado ruim e acreditar até o fim que vamos conseguir ir para as quartas de final.

*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia

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