Análise: dez observações sobre Bahia 1x0 Criciúma

Fotos: Letícia Martins | ECB

Por: Kléber Leal* | Especial para o Blog P. da Notícia

1 - Magro mas válido! O triunfo do Bahia diante do Criciúma, por apenas 1 a 0, ao mesmo tempo em que se configura um “placar magro”, dá uma vantagem para o Esquadrão no jogo de volta, pois o empate em Santa Catarina nos classifica para a próxima fase da Copa do Brasil. Sem contar que o confronto é de dois times de Série A e, sendo assim, não há embate fácil; por essas e outras, vamos comemorar.

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2 - Não podemos esquecer que esse Criciúma vinha supermotivado por uma goleada histórica de 4 a 0 contra o Vasco no Rio e um empate contra o Galo, também fora de casa, ambos pelo Brasileirão.

3 - O Bahia até poderia ter ampliado o placar, mas a noite inspirada do goleiro deles e a decisão equivocada tomada por nossos jogadores em alguns lances, que eram pra dar assistência (e não deram), impediram que o Tricolor Baiano obtivesse um escore mais folgado.

4 - O Bahia passou o primeiro tempo quase todo tentando empurrar o Criciúma, que, como era de se esperar, estava bem postado, se defendendo com eficiência, embora não tivesse tão recuado. Procurando girar a bola, o Bahia evoluía bem, porém não conseguia criar lances mais agudos pois era desarmado ou errava o passe para concluir a jogada. Tivemos, nessa etapa da partida, um bom desvio de Thaciano, após cruzamento de Everaldo; uma ótima arrancada de Éverton Ribeiro, que chutou rasteiro e quase marca; uma boa cabeçada de Everaldo que passou perto.

5 - Parecia que o Criciúma ia se soltar mais no segundo tempo, mas, após pressionar um pouco no início, acabou tomando o gol, num lançamento de Cauly para Árias, que cruzou e Thaciano, que pouco havia feito no jogo, concluir, fazendo 1 a 0. Em duas roubadas de bola no meio, o Bahia quase marca o segundo, numa delas Cauly chutou rasteiro e a bola passou na frente da trave. Everaldo fez um bom jogo, caindo pela ponta direita, e também quase deixa o dele. Numa arrancada do nosso campo, Ademir entrou na área e poderia ter servido Biel, livre, mas preferiu o chute, que saiu fraco para defesa do goleiro com o pé. Aliás o goleiro fez outra grande intervenção num chute de De Pena, que resvalou na zaga e quase entra. No finalzinho, Ademir fez um cruzamento e Estupiñán mandou de cabeça para defesa do goleiro.

6 - Na Copa de 94, o destino escalou os zagueiros Aldair e Márcio Santos, que entraram substituindo os contundidos titulares (Ricardo Rocha e Ricardo Gomes) e se tornaram um dos pontos fortes da seleção tetracampeã do mundo. Agora, no nosso Bahia, com a contusão de Victor Cuesta, o destino (DEUS) escalou Gabriel Xavier e Kanu, uma zaga inusitada (os dois jogam tradicionalmente pelo lado direito), mas que vem dando supercerto. A segurança demonstrada por esses dois, em todos os quesitos, nos últimos dois jogos nos dá esperança de dias melhores do nosso sistema defensivo. Que continuem assim!

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7 - Tem dado gosto ver os jogadores reservas entrando no decorrer das partidas, pois todos têm colaborado bastante, correndo, lutando, ajudando, melhorando o time. Ademir arrebentou, pena que não é bom nas conclusões dos lances; Biel também deu muito trabalho ao adversário, assim como Estupiñán; De Pena, com toques de classe e objetividade, sempre ajuda, e ainda evita a entrada de Yago, que vinha sempre mal e, antes da chegada do uruguaio, entrava com frequência no decorrer dos jogos, mas agora perdeu espaço.

8 - Éverton Ribeiro, que parecia um “peso morto” nas finais do Baianão, agora está correndo, marcando, desarmando, criando, praticando um futebol de muita qualidade e eficiência, ajudando demais o time. Que maravilha! Uma pena é que, apesar de alguns bons lampejos, o desempenho de Cauly ainda não está como esperamos, mas, quando isso acontecer, com os dois meias jogando bem, nosso time vai melhorar mais ainda. Nesta partida contra o Criciúma, Cauly errou demais durante quase todo o jogo, mas de um craque muito se espera, e ele acabou dando o passe perfeito para Árias cruzar no lance do nosso gol. Árias foi outro que jogou muito tanto defensiva, neutralizando algumas jogadas, quanto ofensivamente.

9 - Lógico que ainda tem mais 90 minutos para que se defina o classificado, mas acredito que, na partida de volta, o Bahia, em circunstâncias normais, terá muito mais condições de desenvolver seu jogo, pois com certeza o Criciúma, que precisa vencer, jogará mais aberto, com o apoio do torcedor, e a tendência é dar espaço maior para nosso time. Tendo mais campo livre para jogar, com a qualidade e o momento de nossos meias e atacantes, nosso time deverá ter desempenho melhor ainda, dando muito mais trabalho ao adversário e, com fé em DEUS, trazendo nossa classificação.

10 - Quando o time está bem, qualquer torcedor fica mais ansioso e motivado para ver o jogo seguinte. O Bahia vem em ascensão e nossa próxima partida será pelo Brasileirão, fora de casa, contra o líder Botafogo, domingo às 18:30. Um teste “de fogo” para nossa equipe e a esperança é que o Esquadrão tenha um grande desempenho, traga os 3 pontos, para afastar qualquer possibilidade de se tornar “time caseiro”, que só joga bem dentro de casa. Com os pezinhos no chão, vamos encarar o adversário de igual para igual, pois temos todas as condições para isso. Basta procurar colocar em prática lá fora da Fonte Nova o que já estamos fazendo dentro, com muita luta, garra, determinação, empenho e coragem, respeitando os adversários, mas jamais temendo-os. BBMP!

*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia

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