1 - Na "loteria" dos pênaltis! Numa partida em que não conseguiu furar, com gols, o forte bloqueio do CRB, o Bahia ficou no 0x0 contra o time alagoano nos 90 minutos e acabou perdendo na disputa de pênaltis, sendo eliminado nesta semifinal do Campeonato do Nordeste. Muita gente achou que o Esquadrão passaria fácil para a final, mas eu, embora confiante, tinha plenas convicções de que seria muito difícil, pela organização defensiva do time alagoano e pelo que vem rendendo este ano, tendo eliminado o Ceará na Copa do Brasil, com dois triunfos, e perdido pra gente em casa na primeira fase deste Nordestão num resultado que poderia ser favorável a ele, pois o jogo foi pau a pau.
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2 - O que preocupa é que esse time do Bahia, embora tenha jogadores qualificados e experientes, vem caindo de produção nos jogos decisivos deste ano, ou não rendendo o suficiente pra vencer, tal como aconteceu na final do Baianão e agora nessa semifinal do Campeonato do Nordeste. A virada que tomamos do rival no primeiro jogo da final do Estadual e o gol de cara que Cauly perdeu no segundo tempo nesse jogo contra o CRB ilustram bem este tópico.
3 - Não é que o Bahia tenha jogado um péssimo futebol, mas a falta de eficiência, de rendimento, de controle emocional e de sorte de alguns atletas nesses jogos decisivos está criando um clima que tem deixado todos nós de certa forma apreensivos nesse tipo de partida.
4 - O fato de não ter liquidado o jogo no tempo normal, mesmo sendo favorito contra o CRB, fez com que entrássemos nos pênaltis com o emocional abalado e, mesmo assim, nossos atletas só perderam uma das cobranças, nas alternadas, e coube a Caio Alexandre, que fez um ótimo segundo tempo, desperdiçar a última. Infelizmente, Marcos Felipe, que é um excelente pegador de penalidades, além de não fazer uma só defesa, não acertou nenhum canto para se jogar nas cobranças.
5 - Até os 30 minutos iniciais o Bahia teve muita dificuldade de criar algo, pois o CRB marcava forte e a bola sequer chegava a nossa intermediária ofensiva. Alguns dos nossos jogadores mais importantes, como Jean Lucas, Cauly, Thaciano e Éverton Ribeiro, sequer tocavam na bola, pois o bloqueio alagoano estava firme. Como nosso time não conseguia chegar, o adversário apareceu perigosamente duas vezes: um chute de Léo Pereira da entrada da área, felizmente torto, e outro de longe, que passou muito perto. Somente nos 15 minutos finais do primeiro tempo, o Bahia, com muita movimentação e bons passes de Éverton Ribeiro, conseguiu furar o bloqueio defensivo do alvirrubro de Alagoas e criou algumas oportunidades, como o chutaço de Jean Lucas na trave; outro dele após cruzamento de Juba; um cruzamento de Caio Alexandre, que pegou efeito e quase foi para o gol, e no fim um chute de Ratão, que bateu na rede pelo lado de fora.
COLETIVA ROGÉRIO CENI
6 - O time alagoano, que terminou mal o primeiro tempo, começou bem o segundo, com linhas altas, dificultando nossa articulações. Criou uma excelente chance num toque de cabeça pra fora. Mas, quando conseguimos sair da marcação, Éverton Ribeiro serviu Cauly, completamente livre, e ele perdeu a chance de ouro do jogo. Tivemos também um chute de Jean Lucas de longe que bateu na trave e uma boa cabeçada de Árias que o goleiro pegou.
7 - Não que tenha influenciado no resultado do jogo, mas a arbitragem foi muito confusa, aceitando pressão dos jogadores e treinador do CRB, atrapalhando o Bahia numa cobrança de falta que poderia ser convertida, invertendo escanteio e lateral a nosso favor quando estávamos na pressão, e, o pior, dando apenas quatro minutos de acréscimo, num jogo com várias substituições no segundo tempo e pelo menos uma paralisação grande, quando um atleta do CRB ficou caído em campo antes de ser substituído. Já passou da hora de o tempo no futebol ser cronometrado tal como no basquete, onde apenas quando a bola está rolando o tempo é computado.
8 - Marcos Felipe não precisou fazer uma defesa sequer durante o jogo, portanto não comprometeu nesse aspecto, mas, repito, foi péssimo nas cobranças de pênaltis, não acertando um lado sequer, mesmo com a “pesca” (papelzinho) que olhava para ver onde os cobradores costumavam bater. Nossos laterais e a zaga foram bem, não sofremos defensivamente, mas do meio pra frente Caio Alexandre fez um bom segundo tempo, porém perdeu o pênalti na disputa que nos eliminou; Cauly foi horrível (perdendo chance de ouro de marcar um gol); Jean Lucas foi bem, acertando duas vezes a trave, e Éverton Ribeiro idem, dando passes importantes e decisivos (como o do lance de Cauly), tanto que, quando foi substituído, parecia bem fisicamente e confesso que não deveria sair. Será que nunca vai jogar 90 minutos?9 - Nosso banco de reservas é qualificado, mas o fato de não poder utilizar Carlos de Pena, que vem entrando muito bem nos jogos mas não estava inscrito nessa competição, foi uma pena (com o perdão do trocadilho). Ademir e Biel, que entraram no decorrer da partida, hoje não foram bem e Everaldo, que ainda está se recuperando de contusão, entrou para bater pênalti e cumpriu bem a missão.
10 - Não se pode deixar de elogiar o time do CRB, que foi aguerrido, aplicado, muito organizado, entrou com uma postura defensiva mas sem covardia, anulou as principais jogadas do Bahia, foi perfeito nas cobranças de pênaltis, também teve sorte e, por tudo isso, mereceu a classificação. Agora para o Bahia a missão é juntar os cacos e continuar tendo boas atuações e bons resultados no Brasileirão, além de jogar todas as fichas também na Copa do Brasil. Bola pra frente. Quem sabe DEUS não está reservando coisas mais importantes ainda este ano pra gente?…
*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia
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