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Foto: Victor Ferreira | EC Vitória |
1 - Rogério é o responsável! A derrota contra o nosso maior rival, na tarde de domingo, 18, tem que ser creditada ao treinador Rogério Ceni. Primeiro por escalar uma zaga testada e reprovada (Kanu e David Duarte), e deixar jogadores de maior qualidade na reserva (Cuesta e Gabriel); e segundo por fazer, durante o jogo, alterações praticamente no mesmo momento tirando jogadores que, mesmo não estando numa tarde tão boa, são decisivos e importantes num clássico, como Thaciano, Caio Alexandre e Everton Ribeiro. Quando eles saíram, o time caiu mais ainda de produção e o adversário partiu para virar a partida.
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2 - Escalar o goleiro Adriel, que ainda está se firmando, justamente num Bavi, foi outra aposta de Rogério que acabou não dando certo. No primeiro e terceiro gols dos caras, ele poderia ter defendido, principalmente no gol da virada deles. Durante o jogo, no entanto, fez duas boas defesas, mas o que fica marcado mesmo são as bolas que poderia defender mas deixou passar. Aliás, esse negócio de escalar um goleiro porque ele joga melhor com os pés não me convence. Goleiro tem que ser bom com as mãos, defendendo, saindo bem do gol etc. Agora inventaram essa doideira de goleiro jogar com mais frequência com os pés, mesmo sabendo que isso gera riscos de sofrer gols fáceis devido a passe mal dado, até porque geralmente o cara vira goleiro porque tem pouca habilidade com os pés.
3 - Uma outra falha gritante de Rogério foi permitir uma avenida no nosso lado esquerdo, nas costas de Juba, coisa que já tinha acontecido contra o River e onde o time de Canabrava deitou e rolou o jogo quase todo.Osvaldo ficou solto naquele setor, recebendo várias bolas sem marcação. Entrar com Everaldo, embora ele desse o passe para nosso primeiro gol, foi outra besteira que nosso técnico fez no jogo. E mantê-lo até o final foi pior ainda, abrindo mão de Ademir, que entrou e saiu durante a partida e tem muito mais velocidade, caraterística importante para um time que jogava com número menor de jogadores devido a expulsões.
4 - O pior é que, no segundo tempo, o buraco foi também na lateral direita, onde Gilberto não viu a cor do atacante que entrou e o time deles criou bastante. Infelizmente, nosso lateral-direito, que começou bem o ano, voltou a cair de produção, atuando mal defensiva e ofensivamente. Santiago Árias pede passagem.
5 - Voltando a falar da zaga, até o velho Osvaldo, com 35 anos, ganhava na corrida para nossos zagueiros, tal a lentidão na recomposição. O adversário colocou atacantes velozes pra receber bola em profundidade e eles ganhavam todas, criando vários lances de perigo, tanto no primeiro quanto no segundo tempo.
6 - A lentidão dos nossos zagueiros para fazer a cobertura acabou de certa forma provocando a expulsão de Resende, que chegou atrasado após ser driblado. Aliás, já tinha amarelo e não deveria ser imprudente como foi sem necessidade. Deu mole.
7 - No início da partida, mais uma vez, entramos sonolentos e tomamos um gol a cinco minutos numa bola em que Osvaldo recebeu livre no nosso lado esquerdo e fuzilou praticamente em cima de Adriel, que não defendeu. Nossa zaga estava totalmente mal posicionada, deixando o atacante sozinho.
8 - O time dos caras, após o gol, continuou tentando pressionar e nosso jogo demorou para começar a aparecer, pois Cauly e Everton Ribeiro estavam presos na marcação e Jean Lucas e Caio Alexandre não repetiam atuações anteriores. Quando nosso jogo encaixou um pouco, fizemos dois gols. Um num passe perfeito de Everaldo pra Thaciano, que tocou por cima e marcou, e outro num cruzamento primoroso de Juba para a cabeçada fulminante de Everton Ribeiro. Naquele momento, o time dos caras tinha perdido duas chances claras de gol e o resultado de vantagem nossa foi fruto de nossa melhor categoria individual. Na segunda etapa, com Rogério tirando jogadores que poderiam decidir, e o adversário dando um calor no nosso time, jogando com rapidez, eles viraram merecidamente o jogo, com gol de empate explorando a velocidade e centrando pra área pra Osvaldo, livre, completar e o terceiro gol num lance em que o nosso goleirão poderia também ter defendido, bem como a zaga ter interceptado uma bola lançada no primeiro pau em cobrança de escanteio. Absurdo como essas falhas se repetem desde o ano passado, temos como consertar com mudanças de peças, mas nosso treinador está teimando em não fazer as trocas.
9 - Não sei se a soberba da maioria da torcida, que mandou o rival “fugir do Bahia”, contaminou negativamente nossos atletas, que pareciam estar de “salto alto”, que pareciam estar a 100 por hora, enquanto o rival estava “mordido” e jogava a 300 por hora, mesmo quando ficamos na frente do placar. A realidade é que o time de Canabrava foi melhor o jogo todo e poderia até ter obtido um placar mais elástico. O técnico deles deu um nó tático em Rogério, pois neutralizou nossa eficiência ofensiva e explorou muito bem nossa deficiência defensiva.
10 - Rogério Ceni é um treinador inteligente, que tem crédito com a gente, nos livrou do rebaixamento no ano passado, mas precisa aprender com todos esses erros que cometeu e levar em consideração vários aspectos: a) Bavi é um jogo diferenciado, não pode nem deve ser considerado apenas “mais um jogo”; b) em Bavi não se faz testes; c) Bavi tem que utilizar o que se tem de melhor; d) em Bavi tem que ser incutido aos jogadores que precisam entrar mais focado e correr mais e mais; e) em Bavi não adianta ter um elenco melhor, tem que mostrar em campo que é melhor; f) o resultado de um Bavi tem que ter consequências e mudanças, quando necessário; g) é bom mostrar a nossos atletas a comemoração provocativa dos jogadores e presidente do rival após o jogo. Que tudo isso sirva de lição e, no próximo dia 20 de março, possamos ter outra postura e devolver essa derrota na Arena Fonte Nova.
*Kléber Leal é jornalista e torcedor do Bahia
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